Imediatamente, lembrei-me das motocas italianas. Muitas delas, scooters Vespa, as originais. Como adoro tudo que é retrô, pousei pra foto ao lado de algumas vespetes coloridas, quietamente estacionadas nas ruas. Elas compõem o visual deslumbrante da cidade mais sedutora que já conheci. E combinam perfeitamente com o jeito elegante do italiano, como pude comprovar também na “capital mundial do design”, Milão (abaixo).
Andar de moto em Roma é uma consequência... Como posso dizer? Topográfico-arqueológica (xi, falei difícil). Uma amiga brasileira que mora na Itália lembrou-me que construir linha de metrô por lá não é tarefa fácil. Veja só que coisa boa: a cada escavação, aparece um novo monumento pra contar História.
Além disso, trânsito é um problema antigo nas ruas estreitas de Roma. Tanto que o imperador Júlio César baniu o tráfego de carruagens durante o dia. Anos de evolução, resultado: hoje, andar de carro na cidade exige um conhecimento profundo das regras de trânsito. Experimente circular por lá com uma macchina (carro em italiano é “vagão de trem”), sem estudar os mandamentos locais. Você trará um monte de multas na mala.
É o seguinte, minhas camaradas: somente macchinas autorizadas podem passar por determinadas regiões. Não dá pra estacionar em qualquer lugar. Há limites de velocidade. E, pra completar, cada cidade tem um modelo de trânsito diferente. (O rodízio de Sampa é uma criança, né, gente?).
Então, o que o ser humano faz em Roma? Compra uma motinha.
Sim, os ônibus funcionam. Mas você acha que os italianos perderiam a oportunidade de desfilar com a coluna ereta em suas vespas? Aliás, a mulherada nem desce do salto – elas guiam suas motocas com escarpim, saia e muitos hormônios femininos. Mas não vi nenhuma delas sem capacete - que também são super classudos.
Precisaria de mais alguns dias de observação para dizer se o trânsito de Roma é digno de ser copiado. Mas, por ora, non mi dispiace (“não me interessa”)! Pois posso afirmar que motos, bicicletas, carros e pedestres ajudam a fazer das ruas romanas uma completa obra de arte.
+ sobre Vespa
Em 1943, fins da Segunda Grande Guerra, Enrico Piaggio idealizou um produto de baixo custo inicialmente batizado como MP5 (Moto Piaggio 5) e apelidado pelos operários de Paperino (nome italiano do Pato Donald).
Não satisfeito com o resultado, Piaggio encomendou novo protótipo. Ele queria um veículo simples, resistente, barato, elegante, que todo mundo pudesse conduzir facilmente, que não manchasse a roupa do condutor e que permitisse levar um passageiro. Só isso.
A missão coube a Corradino D'Ascanio, que desenhou algo novo. Piaggio admirou-se com o “visu” da criatura, que para ele parecia uma vespa (“avispa” em italiano). E assim criou-se a marca.
Antes da Vespa, foram fabricados cem exemplares do Paperino (foto abaixo), hoje procurados por colecionadores do todo o mundo.
Roberta da Purificação
Fotos: Paula Souza
Obrigada! Minha amiga Roberta, a matérias ficou ótima e as fotos falam por si.
ResponderExcluirUm grande beijo!
Adorei sua ideia de blog! Continue criando sempre! Vc é demais!
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